"PESCADORES DE HOMENS" (Lucas 5.1-11)
Lago que fica no Norte da terra de Israel. É formado pelo rio Jordão. Mede 21 km de norte a sul, e a sua largura é de 13 km. Tinha peixe em abundância e estava sujeito a tempestades violentas. Era chamado também de lago de Quinerete (Nm 34:11), de Genesaré (Lc 5:1) e de Tiberíades (Jo 6:1).
O didáskein de Jesus de acordo com os Sinóticos.
a. didáskein é uma das funções principais de Jesus (Mt 4.23; 9.35; 11.1). Ele ensina nas sinagogas (Mt 9.35) e no templo (Mc 12.35), bem como na rua.
b. A forma do seu ensino é a de um típico professor da sua época. Em Nazaré ele lê a Escritura, se senta e expõe a passagem (Lc 4.16ss.). Ele também se senta para ensinar em Mt 5.1ss.; Mc 9.35; Lc 5.3.
c. O material de Jesus também é tradicional. Ele começa com a Escritura em Lc 4.16ss.; Mt 5.21ss. Mesmo assim ele não para na lei e se opõe à exposição casuísta. Seu alvo é objetivar a ordenação de toda vida em relação a Deus e ao próximo (Mt 22.37ss.), apela para a vontade e intima a uma decisão contra ou a favor de Deus. Como os rabinos ele encontra a revelação da vontade de Deus na Escritura (cf. Mt 5.17–18). A diferença principal está na sua própria consciência como o Filho. É por causa dele mesmo que seu ensino causa impressão (Mc 1.22; Mt 7.28–29). Portanto, embora ele não torne a lei absoluta, ele segue verdadeiramente o seu ensino ao mirar a pessoa integral com uma visão de educação e reforma. Nesse sentido ele é o fim da lei (Rm 10.4) e o evangelho se refere ao ensino num sentido absoluto quando fala do ministério professoral de Jesus. Embora esse seja o uso rabínico comum, ele soaria estranho aos ouvidos gregos. Mesmo assim, até mesmo Lucas o usa nesse sentido, pois a ligação com o próprio Jesus confere ao seu ensino um sentido absoluto.
d. Um elemento novo no evangelho é a ausência da ênfase intelectual que é comum em toda parte entre escritores gregos (clássicos, pós-clássicos, helenísticos e até mesmo judeus helenísticos) e que se desenvolve na exegese rabínica numa tentativa de adaptação à força desintegradora do helenismo, de modo que em alguns círculos o estudo da lei pode ser mais valorizado que seu verdadeiro estudo. Em relação a isso, Jesus com sua reivindicação total representa o que seria talvez um cumprimento mais verdadeiro do conceito do AT.
Aqui cabe notar de modo singular a palavra Mestre, que no grego é epistátes. A melhor tradução é “chefe, superior”. A autoridade superior dá uma ordem ao subordinado. – Aqui Jesus não “pede”, como aconteceu no v. 3b, mas Jesus ordena. A resposta de Pedro é a obediência.
Que significa o termo epistátes, com o qual Simão se dirige ao Senhor? Por ser “epistátes” o tratamento para uma autoridade superior, um preposto, Simão deve ter visto em Jesus o superior, o autorizado.
Esse sentido ocorre em Lc 5.8; Tg 1.20. A distinção principal é dos espíritos ou animais. b. É um uso comum tanto para os humanos em geral, como em Mt 14.21, ou para a população de um lugar, como em Mt 14.35.
Quando alguém é confrontado com Jesus, é impossível permanecer neutro. Seus inimigos reagem aos seus milagres com ódio e com injúrias; seus verdadeiros discípulos, com respeito e reverência. Eles se inclinam e adoram.
θαμβος thambos
semelhante a um absoleto tapho (pasmar); TDNT - 3:4,312; n m/n
1) ficar imóvel
2) surpresa, espanto
O Senhor reveste sua promessa de uma linguagem que era familiar para Pedro. O pescador deverá capturar pessoas, como Davi (que foi tirado dos rebanhos de ovelhas) teve de apascentar seu povo (Sl 78:71s). Pedro experimenta aqui uma dupla promoção: no futuro ele deve capturar pessoas e não mais peixes; e deve capturá-las para a vida e não, como até então em sua insignificante pesca, para a morte. Isso está também expresso na palavra do texto original, onde consta zogreuein, um termo composto de zoos e agreuo = capturar vivo.
Pedro obteve a incumbência: “Capturarás seres humanos” e depois: “Apascenta as minhas ovelhas” [Jo 21:17]. – Essas ordens não são duas incumbências distintas, mas dois lados e aspectos da mesmíssima tarefa. A designação pescador, pescador de pessoas, visa, de certo modo, expressar o começo do serviço pastoral – ou seja, atividade de pregação evangelística, avivadora. – A instrução “Apascenta minhas ovelhas” visa apontar para o alvo da proclamação da palavra, a saber, para a condução ao lar, à terra eterna da pátria celestial (Mt 13:48).